10 de outubro de 2013

Crescendo em Cristo

 CRESCENDO NA GRAÇA E NO CONHECIMENTO

2Pe 3:18 Antes crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo. A ele seja dada a glória, assim agora, como no dia da eternidade. Amém.

Orando sem cessar:

1Ts 5:17 Orai sem cessar. 
2Co 12:8 Acerca do qual três vezes orei ao Senhor para que se desviasse de mim.
2Co 12:9 E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo.

Jr 33:3 Clama a mim, e responder-te-ei, e anunciar-te-ei coisas grandes e firmes que não sabes.

Estudando a Bíblia

At 17:10 E logo os irmãos enviaram de noite Paulo e Silas a Beréia; e eles, chegando lá, foram à sinagoga dos judeus.
At 17:11 Ora, estes foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim.
At 17:12 De sorte que creram muitos deles, e também mulheres gregas da classe nobre, e não poucos homens.

1Pe 2:2 Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo;

Sl 1:1 Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.
Sl 1:2 Antes tem o seu prazer na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite.

Sl 1:3 Pois será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto no seu tempo; as suas folhas não cairão, e tudo quanto fizer prosperará. 

Obedecer a Deus conforme a Sua Palavra

Sl 119:9 Com que purificará o jovem o seu caminho? Observando-o conforme a tua palavra.
Sl 119:11 Escondi a tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti.

Jo 14:21 Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele.
Jo 14:23 Jesus respondeu, e disse-lhe: Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele, e faremos nele morada.

Vivendo de modo agradável a Deus

Cl 1:9 Por esta razão, nós também, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós, e de pedir que sejais cheios do conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e inteligência espiritual;
Cl 1:10 Para que possais andar dignamente diante do Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em toda a boa obra, e crescendo no conhecimento de Deus;

1Jo 3:22 E qualquer coisa que lhe pedirmos, dele a receberemos, porque guardamos os seus mandamentos, e fazemos o que é agradável à sua vista.

Permanecendo na doutrina do Senhor

At 2:42 E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações.
At 2:43 E em toda a alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos.

Rm 6:17 Mas graças a Deus que, tendo sido servos do pecado, obedecestes de coração à forma de doutrina a que fostes entregues.

3Jo 1:3 Porque muito me alegrei quando os irmãos vieram, e testificaram da tua verdade, como tu andas na verdade.
3Jo 1:4 Não tenho maior gozo do que este, o de ouvir que os meus filhos andam na verdade.

Frequentando a Casa do Senhor

Hb 10:25 Não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia.
Lc 2:36 E estava ali a profetisa Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Esta era já avançada em idade, e tinha vivido com o marido sete anos, desde a sua virgindade;
Lc 2:37 E era viúva, de quase oitenta e quatro anos, e não se afastava do templo, servindo a Deus em jejuns e orações, de noite e de dia.

Sl 27:4 Uma coisa pedi ao SENHOR, e a buscarei: que possa morar na casa do SENHOR todos os dias da minha vida, para contemplar a formosura do SENHOR, e inquirir no seu templo.
Sl 27:5 Porque no dia da adversidade me esconderá no seu pavilhão; no oculto do seu tabernáculo me esconderá; pôr-me-á sobre uma rocha.

Vivendo em continuamente em santidade

2Co 7:1 Ora, amados, pois que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda a imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus.
Lc 1:75 Em santidade e justiça perante ele, todos os dias da nossa vida.

Mantendo-se renovados espiritualmente

2Co 4:16 Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia.
Ef 5:18 E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito; 2Co 3:17 Ora, o Senhor é Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade.
2Co 3:18 Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor.
2Co 4:1 Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos; 

11 de março de 2013


FABRICANTES DE REBELDES

Esta é uma reflexão despretensiosa sobre as divisões que já há muito tempo vêm acontecendo em escala ascendente no meio das nossas igrejas.
Divisões causadas por crentes rebeldes? Sim! Em parcela significativa, todavia, não em sua totalidade, me arriscando a afirmar que sequer são a maioria.
Primeiro, devemos frisar que as divisões são causadas basicamente pela presença de duas palavras, rebeldia e autoritarismo, sendo que na maioria das vezes estão presentes as duas ao mesmo tempo.
Segundo o Dicionário Aurélio, rebeldia é:
 1. Ato de rebelde; rebelião, revolta.
 2. Qualidade de rebelde.
 3. Fig. Oposição, resistência.
 4. Teimosia, obstinação, birra.
No mesmo dicionário encontramos a palavra autoritarismo:
Regime político que postula o princípio da autoridade, aplicada com freqüência em detrimento da liberdade individual; despotismo, ditatorialismo.
Assim, só poderemos classificar como rebelde a pessoa que está em posição hierárquica inferior. Da mesma forma, só pode ser autoritário quem está no comando.
Em uma Bíblia digital, digitei rebeldia e achei setenta e seis menções (Nm 14.9; Dt 1.26; Js 1.18; I Sm 12.15; II Rs 25.11; Ez 20.38; I Pe 3.20.– principais exemplos), onde o povo era sempre alertado a respeito das conseqüências danosas da rebelião, sendo que não encontrei autoritarismo, porém, o ato, como definimos hoje, está presente em toda a Bíblia.
Poderia citar o Faraó da época de Moisés, que, além de escravizar o povo judeu, ainda não o queria deixar partir, todavia, quero me ater aos exemplos de governos autoritários dentro do povo de Deus. Assim, talvez a mais eloqüente demonstração de autoritarismo de um rei hebreu tenha sido o de Roboão, filho de Salomão, que desprezando o conselho dos anciãos, seguiu às idéias de seus amigos de infância e falou duramente ao povo (I Rs 12.1-14), gerando uma revolta que culminou com a divisão do reino.
Seria incompleto falar somente sobre o governo de Israel enquanto nação se não chegar até o Israel espiritual, a Igreja.
Um leitor mais atento à leitura neo-testamentária percebe a preocupação da maioria dos escritores com a estrutura que a igreja primitiva estava assumindo. Conforme os discípulos iam pregando e a igreja tomava forma era preciso normatizar o funcionamento (At 2; At 4; At 6.1-6; Ef 4.11). E se não há hierarquia no que tange ao livre acesso e à importância diante de Deus, no que diz respeito à organização daqueles que se juntavam aos crentes, era necessário uma hierarquização de funções, priorizando os que já haviam abraçado o evangelho há mais tempo, portanto, mais experientes.
Sobre a obediência dos que congregavam em relação aos seus pastores, em algumas versões, guias, temos a proeminência do texto de Hebreus 13.17, onde explicita o dever de sujeição aos seus ensinamentos. Todavia, a Bíblia não fala somente às ovelhas, mas igualmente aos pastores, que de certo modo, também não deixam de ser ovelhas, ou ainda, pastores subordinados ao Sumo Pastor (I Pe 5.4). Assim, todos os textos que detalham os deveres daqueles que hoje intitulamos pastor (Atos 20.28; I Timóteo 3.2; Tito 1.7), resumindo, frisam a necessidade da temperança, sobriedade, aptidão ao ensino e que não seja, no popular, desonesto, corrupto ou ladrão.
Aqui temos um modelo ideal de igreja, onde o dono do rebanho é Deus e os pastores cuidam com amor e dedicação das ovelhas, que recebendo amor, mesmo quando necessariamente repreendidas e disciplinadas, obedecem com prazer, sabendo que têm alguém em que podem, dentro dos limites humanos, confiar.
Contudo, sabemos que isto só não é utopia porque realmente há muitíssimos homens de Deus que assim procedem no exercício do ministério pastoral, e eu conheço um grande número destes, estando o meu pastor entre eles. Bem como, há também inúmeras comunidades que predominantemente honram os seus líderes, sendo a minha igreja uma delas. Mas infelizmente, não é a maioria das nossas igrejas que experimentam este casamento perfeito entre líder modelo e ovelhas modelo.
Se entre o povo há rebeldes aos ensinamentos de líderes compromissados com a Palavra, há líderes gananciosos que somente querem explorar e submeter o rebanho aos seus desmandos. No entanto, quando comunidades marcadas pelo predomínio de rebeldes se deparam com líderes dominadores e gananciosos, temos aí uma bomba prestes a explodir. E a minha preocupação só aparece nos dois primeiros casos, visto que no terceiro, não há inocentes.
Na hipótese de uma comunidade marcada pela apostasia e rebeldia, o líder fiel aos ensinos bíblicos terá que, antes de tudo, buscar ao Senhor para receber a direção do que fazer, pois, em uma situação desta, se outra coisa não lhe for revelada, ele só terá três opções:
1ª – deixar a direção desta igreja e pedir a Deus uma nova igreja ou outra forma de servir ao evangelho;
2ª – bater de frente, correndo o risco de perder um número considerável de membros, ou ainda, ser transferido ou destituído; ou,
3ª – se conformar, cauterizar a mente e fingir que nada está acontecendo.
Qualquer que seja a decisão tomada, ele terá que pagar o preço.
Agora, se o problema estiver no líder que assume uma igreja dedicada, conhecedora e cumpridora de seus deveres, mas também de seus direitos e da liberdade garantida na Palavra, estaremos diante de um problemão, não sei se maior que o caso anterior, mas com certeza, de proporções inimagináveis, trazendo conseqüências na medida do tamanho do rol de membros e no comprometimento e no histórico de cada família agregada. Há relatos de famílias arrasadas pelo autoritarismo de líderes, que inconseqüentemente esfacelam igrejas inteiras, que anteriormente eram vigorosas e frutíferas. Dificilmente uma pessoa autoritária conseguirá formar uma igreja do nada, digo, igreja, porque há exceções. Muitas pessoas simples (Pv 14.15), por falta de conhecimento (Is 5.13) ou por medo, se ajuntam em torno de usurpadores tiranos.
Repito, não me preocupo quando um grupo realmente rebelde forma outro grupo, ou quando um ditador perde membros ou o “cargo”. Minha constante preocupação é que sempre classificamos a todos os que deixam suas comunidades, como rebeldes, sem saber o real motivo.  Também percebi outro problema atual, que surge quando muitos líderes sinceros se comportam como “fabricantes de rebeldes”, não por prepotência, mas por entrarem no jogo de rebeldes reais, por má formação pastoral, ou por simplicidade mesmo.
O pastor tem que entender que quando um trabalho é iniciado por um rebelde, ou vários, ele deve ficar contente e liberá-los sem alarde. Pode ter certeza, o dízimo deles não compensa o prejuízo espiritual que causam. Faça o caçulo e me responda. Vale a pena ficar na mão de rebelde por dinheiro?
O que acontece é que ninguém gosta de perder, assim, quando um grupo sai, o maior divulgador do trabalho recém aberto é o próprio pastor da igreja que fica. Muitas vezes fica até repetitivo, gastando o tempo da Palavra para praguejar contra os que se foram. Valorizando mais os que vão embora do que os remanescentes, que geralmente são a maioria.
Muitos membros vão por curiosidade, outros por amizade com os membros de lá, e ainda, os que ficam irritados ou curiosos com tantos comentários sobre a nova igreja pelo pastor local na hora do culto. Porém, a grande maioria se arrepende e quer retornar à antiga congregação, onde muitas vezes nasceram e cresceram. Contudo, recebendo um tratamento rude, sendo achincalhados e chamados de rebeldes, dificilmente voltarão.
Houve uma situação desta em minha antiga congregação, onde enfrentamos a problema da abertura de outro ministério bem próximo ao nosso templo.
Perdi em uma semana duas senhoras que colaboravam de forma espetacular com o grupo de jovens que eu liderava. Embora triste, conversei com o pastor e pra minha feliz surpresa, confirmei a minha impressão de que ele seria um daqueles ministros que valorizam mais a obra que o ego. Assim, resolvemos que nenhum dos irmãos que tinham ido ou que porventura fossem, por curiosidade ou com intenção de ficar, seriam tratados como rebeldes. Seriam tratados com o mesmo amor e respeito, sendo saudados da mesma forma.
Duas semanas depois, dos seis irmãos que se debandaram, só dois ficaram lá. Nossa igreja, em um período de dois anos, só perdeu uns três membros, recebendo um número muito maior de novos convertidos.
Devemos sempre lembrar que a igreja é de Deus e cada crente deve ter a liberdade de ficar onde quiser.
Membros, sejam benção! Se não dá pra continuar na igreja, saia em paz.
Pastores, sejam benção! Se alguém não quer ficar com vocês, não os prendam. É melhor você ter noventa membros satisfeitos que cem, onde dez insatisfeitos façam o clima pesar pra maioria.
Extraído de: http://wyehahh.wordpress.com/

22 de fevereiro de 2013


JANES E JAMBRE

Antes de ler este texto por favor leia no livro de Êxodo o capítulo 7 e 8 até o versículo 24.

JANES E JAMBRE

Vamos considerar agora, em segundo lugar, a oposição de "Janes e Jambres", magos do Egito. Nunca teríamos conhecido os nomes desses dois inimigos da verdade se o Espírito Santo os não houvesse mencionado em ligação com os "tempos perigosos" dos quais o apóstolo Paulo avisa seu filho Timóteo. É da máxima importância que o leitor crente compreenda claramente o verdadeiro caráter da resistência que esses dois encantadores opuseram a Moisés, e para que ele faça uma ideia completa do assunto, citaremos toda a passagemda epístola de Paulo a Timóteo, passagem aliás profunda­mente importante e solene.

Nos Últimos Dias
"Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos; porque haverá homens amantes de si mesmos, avaren­tos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obs­tinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te. Porque deste número são os que se introduzem pelas casas e levam cativas mulheres néscias carregadas de pecados, levadas de várias concupiscências, que aprendem sempre, e nunca podem chegar ao conhecimento da verdade. E, como Janes e Jambres resistiram a Moisés, assim também estes resistem à verdade, sendo homens corruptos de entendimento e réprobos quanto à fé. Não irão, porém, avante; porque a todos será manifesto o seu desvario, como também o foi o daqueles" (2Tm 3:1-9).
Ora, a natureza desta resistência à verdade é particularmente solene. A oposição que Janes e Jambres fizeram a Moisés consistiu simplesmente em imitar, até onde lhes foi possível, tudo aquilo que ele fazia. Não vemos que eles atribuíssem a um poder enganador ou mau os sinais que ele fazia, mas antes que procuraram neutralizar os seus efeitos sobre a consciência fazendo eles as mesmas coisas. O que Moisés fazia, também eles o podiam fazer, de modo que, afinal não havia grande diferença. Um era tão bom como os outros. Um milagre. Se Moisés fazia milagres para tirar o povo do Egito, eles podiam fazer milagres para os obrigarem a ficar no país. Onde estava, pois, a diferença?
De tudo isto aprendemos a verdade solene que a resistência mais diabólica ao testemunho de Deus, no mundo, vem daqueles que, embora imitem os efeitos da verdade, têm apenas a "aparência de piedade" e "negam a eficácia dela" (2 Tm 3:5). As pessoas desta condição podem fazer as mesmas coisas, adaptar os mesmos costu­mes e o mesmo ritual, empregar a mesma linguagem e professar as mesmas opiniões dos outros. Se o cristão verdadeiro, constrangido pelo amor de Cristo, dá de comer aos que têm fome, dá vestuário aos nus, visita os enfermos, espalha as Escrituras, distribui tratados, contribui para a divulgação do evangelho, faz oração, canta hinos espirituais, prega o evangelho, o formalista pode fazer todas estas coisas; e isto, note-se, é o caráter especial da resistência oposta à verdade "nos últimos tempos" — é o espírito de Janes e Jambres.
Quão necessário é compreendermos esta verdade! Quão impor­tante é recordar que, assim "como Janes e Jambres resistiram a Moisés", assim também esses "amantes de si mesmos", do mundo e dos prazeres "resistem à verdade"! Não querem viver sem "aparên­cia de piedade", mas, enquanto adaptam a "forma", porque é hábito, detestam "a eficácia" dela, porque essa significa a renúncia própria. "A eficácia da piedade" implica o reconhecimento dos direitos de Deus, o estabelecimento do Seu reino no coração, e, por consequ­ência a Sua manifestação na vida e no caráter; porém o formalista nada sabe disto. "A eficácia" da piedade nunca poderá estar de acordo com nenhum destes caracteres horrendos descritos na passagem acima reproduzida; porém "a aparência", encobrindo-os, permite-Ihes viverem sem terem de se submeter, e isto agrada ao formalista. Ele não gosta de dominar as suas tentações, de interromper os seus prazeres, de refrear as suas paixões, de pôr em regra os seus afetos, de que o seu coração seja purificado. Somente precisa de bastante religião para poder tirar o melhor partido da vida presente e do mundo futuro. Desconhece o que significa abandonar o mundo que passa, por ter achado "o mundo vindouro".
Considerando as diversas formas de oposição de Satanás à verdade de Deus, vemos que o seu método tem sido sempre, em primeiro lugar, opor a violência; e, depois, se este método falha, corrompê-la por meio de imitação. Por isso, procurou em primeiro lugar matar Moisés (capítulo 2:15), e tendo falhado em realizar o seu propósito, procurou imitar as suas obras.
O mesmo aconteceu com a verdade confiada à Igreja de Deus. Os primeiros esforços de Satanás manifestaram-se em ligação com a ira dos principais sacerdotes e anciãos do povo por meio do tribunal, o cárcere e a espada. Porém, na passagem que reproduzi­mos da 2a epístola a Timóteo não se faz menção de tais processos. A violência aberta foi substituída por um meio mais astuto e perigoso de uma profissão vazia, ineficaz e a imitação. O inimigo, em vez de se apresentar coma espada da perseguição na mão, passeia com o manto da profissão sobre os ombros, professando e imitando aquilo que em outro tempo combateu e perseguiu; e, por este meio consegue vantagens assombrosas no tempo presente. As formas horríveis que o pecado moral tem revestido, e que de século para século têm manchado as páginas da história da humanidade, longe de se encontrarem apenas naqueles lugares onde naturalmente poderiam buscar-se, nos antros e cavernas das trevas humanas, acham-se cuidadosamente ocultas debaixo das pregas do manto de uma profissão fria, impotente e sem influência, e esta é uma das obras-primas de Satanás.
É natural que o homem, como ser caído e corrompido, seja egoís ta, cobiçoso, vaidoso, altivo; mas que seja tudo isto sob a capa formosa da "aparência de piedade" denota a energia especial de Satanás na sua resistência à verdade "nos últimos dias".
É natural que o homem manifeste abertamente esses vícios repugnantes — a concupiscência e paixões—, que são o resultado forçoso do seu afastamento da origem de santidade infinita e pureza, porque o homem será sempre o que ele é até o fim da sua história. Por outra parte, quando se vê o nome santo do Senhor Jesus
Cristo associado com a perversidade e a maldade implacável do homem; quando se vêem os princípios santos ligados com práticas ímpias; quando se vêem todos os característicos da corrupção dos gentios, mencionados no primeiro capítulo da epístola aos Roma­nos, ligados com a "aparência de piedade", então, de verdade, pode dizer-se, eis aqui o caráter horrível dos "últimos dias", a resistência de"janes e jambres".

A Aparência de Piedade
Contudo, os magos do Egito só puderam imitar os servos do Deus vivo em três coisas, a saber: tornaram as suas varas em serpentes (capítulo 7:12);transformaram a água em sangue (capí­tulo 7:22), e fizeram subir as rãs sobre a terra (capítulo 8:7); porém, quanto ao quarto sinal, que implicava a exibição da vida, em ligação com a manifestação da humilhação da natureza, viram-se inteira­mente confundidos e tiveram de reconhecer "isto é o dedo de Deus" (capítulos 8:16 a 19). Assim sucede também com os que resistem nos últimos dias. Tudo quanto fazem é segundo o poder direto de Satanás e dentro dos limites do seu poder. Além disso, o seu fim específico é resistirem à verdade.
As três coisas que Janes e Jambres puderam executar foram caracterizadas por poder satânico, morte e impureza; quer dizer, as serpentes, o sangue e as rãs. Foi assim que "resistiram a Moisés" e, "assim também estes resistem à verdade", e impedem a sua ação moral sobre a consciência. Nada há que tanto contribua para enfraquecer o poder da verdade como ver pessoas que não se encontram sob a sua influência fazerem as mesmas coisas que aqueles que estão debaixo dela fazem. Assim opera Satanás no momento atual. Ele procura fazer com que todos os homens sejam considerados como cristãos; quer fazer-nos crer que estamos rode­ados de "um mundo cristão", porém esse pretenso mundo cristão não passa de uma cristandade professa, a qual, longe de dar testemu­nho da verdade é aqui destinada, segundo os propôsitos do inimigo da verdade, para se opor à influência purificadora da verdade.
Em resumo, o servo de Cristo, testemunha da verdade, está rodeado, de todos os lados, pelo espírito de "Janes e Jambres"; e é conveniente que recorde este fato, que conheça inteiramente o mal com que tem que lutar e não esqueça que se trata da imitação que o diabo faz da realidade de Deus, produzida, não pela vara de um mago declaradamente mau, mas, sim mediante os atos de falsos religiosos, que têm "aparência de piedade", mas negam a eficácia dela"; pessoas que fazem coisas aparentemente boas e justas, mas que não têm a vida de Cristo em suas almas, nem o amor de Deus em seus corações, nem tampouco o poder da Palavra de Deus em suas consciências. "Não irão porém avante", acrescenta o apóstolo, "porque a todos será manifesto o seu desvario, como também o foi o daqueles". Com efeito a insensatez de Janes e Jambres foi manifesta a todos, quando não somente se viram impotentes para continuar a imitar os atos de Moisés e Arão, como foram envolvidos nos juízos de Deus. Isto é um ponto muito importante. A insensatez de todos aqueles que não possuem mais do que a aparência será manifestada. Não somente serão incapazes de imitar os efeitos plenos e próprios da vida e poder divinos, como eles mesmos virão a ser os objetos dos juízos que resultaram da rejeição da verdade que eles próprios rejeitaram.
Alguém dirá que tudo isto não encerra instrução para uma época, como a nossa, de aparência sem eficácia'?- Certamente que tem; são exemplos que deveriam exercer influência sobre toda a consciência em poder vivo e falar a todos os corações com assentos solenes e penetrantes: deveriam levar-nos a examinarmo-nos seriamente para sabermos se estamos dando testemunho da verdade e se andamos segundo a eficácia da piedade ou se somos um obstáculo dela neutra­lizando os seus efeitos por só termos a sua aparência. Os efeitos da eficácia da piedade serão manifestados se nós permanecermos nas coisas que temos aprendido (2 Tm 3.14). Só aqueles que são ensinados por Deus poderão permanecer nessas coisas—aqueles que, pelo poder do Espírito de Deus, têm bebido da água da vida na fonte pura da inspiração divina.
Graças a Deus, em todas as frações da Igreja professa há muitas destas pessoas. Aqui e ali, há muitos cujas consciências foram lavadas no sangue expiador do "Cordeiro de Deus", e cujos corações batem com verdadeiro afeto pela Pessoa do Senhor Jesus, e cujos espíritos são animados com "a bendita esperança" de O verem assim como Ele é e de serem feitos eternamente semelhantes à Sua imagem. É animador podermos pensar em tais pessoas. É uma misericórdia inefável podermos ter comunhão com aqueles que podem dar a razão da sua esperança e da posição que ocupam como filhos de Deus. Que o Senhor aumente o seu número dia a dia: e que a eficácia da piedade se espalhe mais e mais nestes últimos dias, para que se levante um testemunho brilhante e bem mantido ao nome d'Aquele que é digno de ser exaltado!

Fonte: Estudo sobre o livro de Êxodo (capítulo 7 e 8 até o versículo 24) – C. H. Mackintosh