25 de agosto de 2008

O Fruto do Espírito disciplina o uso dos dons.


Durante muito tempo ficava me perguntando, Senhor, como pode uma pessoa que fala em línguas, profetiza, é usado por ti, viver de um modo que não condiz com sua condição de cristão? Existem pessoas em nosso meio que possuem dons espirituais, porém sua vida como cristão ainda não foi totalmente aperfeiçoada em toda boa obra. Foi com essa preocupação que buscamos o estudo abaixo para maiores esclarecimentos ao nosso povo. Fique a vontade para acompanhar e desfrutar do que de melhor o Senhor e sua Palavra tem para nós.


Guardai-vos dos falsos profetas que vêm a vós disfarçados de ovelhas, mas por dentro são lobos ferozes. Pelos seus frutos os reconhecereis (Mt 7, 15-20).
Mateus 7:15
Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores.
Mateus 7:16
Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos?
Mateus 7:17
Assim, toda árvore boa produz bons frutos, porém a árvore má produz frutos maus.
Mateus 7:18
Não pode a árvore boa produzir frutos maus, nem a árvore má produzir frutos bons.
Mateus 7:19
Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo.
Mateus 7:20
Assim, pois, pelos seus frutos os conhecereis.

“Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine”( 1Co 13.1). Assim se expressou o apóstolo Paulo aos Coríntios quando falava a respeito dos dons espirituais; e nesse verso há um princípio muito importante no pentecostalismo: o amor é o regulador dos dons espirituais (pneumatikos).

O fruto do Espírito disciplina o uso dos dons, ele não nasce maduro no neo-converso, mas se desenvolve na vida do cristão. O fruto habilita o ser humano imperfeito a falar, agir e ser como Cristo. Por esse motivo é de vital importância naquele que busca a Cristo e o seu poder pentecostal. Enquanto isso, os dons espirituais nascem perfeitos, mas não estão relacionados ao caráter do crente , e si a capacitação espiritual para a edificação da igreja e proclamação do evangelho. Quando aos dons e ao fruto do Espírito é preciso equilíbrio. “Deus usou o apóstolo Paulo para, na primeira epístola aos coríntios, escrever os capítulos 12,13 e 14 a fim de acentuar a importância de equilíbrio, decência e ordem na igreja quanto ao exercício dos dons espirituais. Isto se dá(…) através do predomínio do amor segundo o Espírito.”(1)
No livro Teologia Sistemática, há uma reflexão deste assunto que merece total atenção, diz o autor que: “O Fruto do Espírito é a maneira de se exercer os dons . Cada fruto vem acondicionado no amor, e qualquer dom, mesmo na sua mais plena manifestação, nada é sem o amor”. Os dons sem o amor são vazios e subjetivos. Por esse motivo os cristãos devem se submeter ao controle do Espírito Santo para que o Fruto do Espírito possa amadurecer em nossas vidas. É preciso nos preocuparmos com um caráter semelhante ao de cristo para que possamos exercer os dons sem falsidade e com verdadeira espiritualidade.

O propósito dos dons e do amor
Disse Paulo: ” O que profetiza edifica a igreja” (1Co 14.4b). O propósito principal dos dons é a edificação do corpo de Cristo, não é promoção pessoal, aquisição de poder político social ou o controle sobre a vida do próximo. Sem o amor, o portador dos dons correrá de modo contrário a edificação da igreja, a sua motivação sempre será a sua auto-promoção. O amor “não busca seus proprios interesses” (1Co 13.5b), por esse motivo o crente amoroso usará seus dons para a edificação do seu irmão. Sem o amor os dons espirituais não “podem cumprir o propósito de Deus”.(3) Por essa razão muitos estão se enganando, buscando o “poder ” do alto para oprimir o próximo, isso não vem de Deus. “Qualquer atividade dentro da igreja só terá valor se estiver relacionada como o todo. O trabalho do corpo como um todo é o que importa!” (4). Portanto: “Faça-se tudo para a edificação”.(1Co 14.26).

Dons, humildade e o amor
Em 1Co 13.4, Paulo diz que o amor “não se ensoberbece”(RC) “não se incha de orgulho” (BJ). Porém, você pode está se perguntando o porque falar de dons espirituais citando muitos trechos de 1Co 13? Como lembra o teólogo pentecostal Donald Gee, citado por Antonio Gilberto: “O grande capítulo do amor se coloca entre os dois capítulo que tratam dos dons espirituais e é parte integrante do assunto.”(5)
Portanto o portador dos dons que não tem amor rapidamente se inchará de orgulho. Quando Paulo fala aos romanos sobre os dons no capítulo 12, ele apela para a humildade no versículo três. Pois sempre haverá uma tentação para um alto-conceito de si mesmo de sua importância. Rm 12.1-5

Romanos 12:1
Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.
Romanos 12:2
E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.
Romanos 12:3
Porque, pela graça que me foi dada, digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação, segundo a medida da fé que Deus repartiu a cada um.
Romanos 12:4
Porque assim como num só corpo temos muitos membros, mas nem todos os membros têm a mesma função,
Romanos 12:5
assim também nós, conquanto muitos, somos um só corpo em Cristo e membros uns dos outros,

A palavra dom vem da palavra grega charisma. A palavra graça em grego vem de charis. Portanto os dons são obras da graça de Deus, assim como a salvação, não merecemos os dons do Espírito, por esse motivo ele nos concede por sua maravilhosa graça. Os dons “dão testemunho da bondade de Deus, e não da virtude de que os recebem”(6). Assim sendo, não há motivos para se orgulhar e sim para se humilhar perante um Deus tão amoroso.
O amor, como a maior expressão do Fruto do Espírito, deve está associada como os dons que partem do Espírito Santo, pois a terceira pessoa da trindade derrama, no regenerado, o amor de Deus (Rm 5.5).


Palavra fiel!